Ronco pode causar dores de cabeça irritabilidade e cansaço

Homem roncando
Quem nunca sofreu com ronco? Foto: Foto: Jcomp

O ronco não é o único inimigo das noites mal dormidas.

Não adianta, quando você menos espera, ele surge. Começa lentamente, em um volume aceitável. E sem você perceber toma o quarto todo. Sim, estamos falando do ronco.

Uma pesquisa feita em todo o território nacional indica que 76% das pessoas sofrem algum distúrbio do sono. O mais comum entre eles é o ronco: um em cada quatro entrevistados se queixaram disso. Sim, porque, ao contrário do que alguns pensam, roncar não é um sinal de que se está dormindo bem. É considerado um sintoma de algum distúrbio de sono.

O que é o ronco?

O som feito por quem parece dormir profundamente é sinal de que o ar não está passando de forma natural pelos pulmões. O corpo então entende que precisa de oxigênio e faz um esforço extra para sugar mais forte, se cansando em um momento em que deveria estar repondo energias. Por isso, a pessoa que ronca não descansa o quanto deveria durante o sono.

Algumas pessoas estão mais suscetíveis a roncar do que outras. Fatores como sobrepeso e obesidade, problemas respiratórios, refluxo, fumo e ingestão de bebidas alcoólicas. Com o tempo, o ronco pode causar dores de cabeça ao acordar, arritmia cardíaca, dificuldade de concentração, sonolência durante o dia, irritabilidade e cansaço.

É importante distinguir o ronco em relação à sua intensidade:

um ronco leve (ruído suave) é considerado normal e não deve ser causa de preocupação
o ronco alto, além do desconforto que causa, pode ser um sinal de que a pessoa possui algum distúrbio do sono, geralmente a apneia obstrutiva do sono (SAOS). Ela, por sua vez, é um fator de risco relevante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e de acidente vascular cerebral (AVC);
ronco alto pode indicar um caso mais grave, que deve ser acompanhado por profissional.

Apneia obstrutiva do sono

A apneia do sono é um distúrbio grave em que a respiração para e começa repetidamente. Pessoas com a síndrome podem, inclusive, não estar cientes de que têm o problema. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 50% da população brasileira se queixa de qualidade de sono ruim e 33% sofre de apneia do sono.

“A principal causa é a obstrução do canal respiratório. Situações como obesidade podem levar à apneia do sono por causar estreitamento da faringe e obstruir a passagem do ar”, alerta o cirurgião bucomaxilofacial Dr. José Flávio Torezan.

Além da obesidade e sobrepeso, outros fatores que podem causar a apneia obstrutiva do sono são: circunferência do pescoço, estreitamento das vias aéreas, histórico familiar, etnia, álcool, cigarro e congestão nasal.

O tratamento para apneia do sono deve ser acompanhado de mudanças no estilo de vida do paciente. “O objetivo principal do tratamento é manter as vias respiratórias abertas para que durante o sono a respiração não seja interrompida. Em alguns casos é indicado o uso de aparelhos odontológicos na boca durante a noite para manter a mandíbula posicionada mais para frente e impedir o bloqueio das vias aéreas, e em outros casos a cirurgia é a melhor opção”, conclui Torezan. Segundo o especialista, em casos mais graves é indicado a cirurgia maxilar, que melhora muito a qualidade de vida do paciente.

Outros Problemas

Roncar não é o único vilão noturno. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 40% da população mundial sofre de algum distúrbio do sono. Entre os mais comuns estão a insônia (dificuldade para dormir e/ou manter o sono ou despertar precoce), a síndrome das pernas inquietas (agitação involuntária das pernas e, em casos mais graves, dos braços).

Apenas um médico pode avaliar, diagnosticar e indicar o tratamento adequado de acordo com o grau do distúrbio do sono, procure ajuda especializada.