Kat Torres
Influenciadora Kat Torres está presa em Belo Horizonte. Foto:

Além da acusação de manter a mineira Letícia Maia em cativeiro, Kat Torres é é alvo de uma série de denúncias, entre elas estelionato e tráfico humano.

A influenciadora Katiuscia Torres Soares, de 34 anos, conhecida como Kat Torres, acusada de manter uma mineira em cativeiro nos EUA, e que estava presa no território norte americano, foi transferida uma penitenciária em Belo Horizonte. Kat ainda é alvo de uma série de denúncias, entre elas estelionato e tráfico humano.

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Trabalhando como coach e guru espiritual com milhares de clientes pelo mundo, ela passou a ser alvo de investigação depois que Letícia Maria Alvarenga, 21, de Perdões, afirmou, em vídeos publicados em redes sociais, em outubro, que era mantida em cativeiro por ela e pela modelo Yasmin Brunet nos EUA. Brunet denunciou Letícia por calúnia, difamação e ameaça.

Outra jovem, Desirrê Freitas, também estaria na mesma situação. O caso foi exposto nas redes sociais e após as denúncias das famílias à polícia, Kat e as duas jovens (Letícia e Desirrê) foram presas no dia 2 de novembro em Maine, no extremo nordeste dos EUA. Segundo a polícia de imigração, elas estavam ilegais no país.

Por meio de nota, na manhã desta terça-feira (22), a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que Kat deu entrada no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte, no dia 19 de novembro.

Por meio de nota, o Ministério Público Federal (MPF) informou que Kat está presa preventivamente a pedido do Ministério Público Federal. Veja comunicado na íntegra:

“A ex-modelo Katiuscia Torres está presa preventivamente a pedido do Ministério Público Federal, com cooperação da Polícia Federal e da Interpol. Embora as investigações estejam sob sigilo, o MPF obteve autorização judicial para confirmar a informação. Katiuscia é investigada por tráfico de pessoas e redução a condição análoga à escravidão.

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O MPF está colhendo depoimentos de vítimas de forma sigilosa, por meio de videoconferência. Qualquer pessoa que tenha sofrido danos pelas condutas da ex-modelo, já amplamente noticiadas na imprensa, pode procurar o MPF para formalizar seu relato, com a garantia de preservação de sua identidade e sem necessidade de comparecer a uma unidade da instituição. Não é necessária a assistência de advogados. Basta acessar o “MPF Serviços” e, na área “Protocolar”, clicar em “Representação inicial (denúncia)”. Na página seguinte, o(a) usuário(a) deverá preencher o formulário com a descrição dos fatos”.

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Chegada ao Brasil

Kat chegou a Minas Gerais no dia 18 de novembro em um voo com outros 51 deportados. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Grande BH.

Ela foi recebida pela Polícia Federal, responsável por cumprir um mandado de prisão que havia sido expedido pela 5ª Vara Criminal de São Paulo. O celular e documentos da mulher foram apreendidos. No último sábado, 19, a influenciadora foi encaminhada à penitenciária.

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Não há informações sobre Leticia e Desirrê.

Kat Torres queria criar ‘seita’

 Katiuscia Torres Soares tinha objetivo de criar uma “seita religiosa”. A avaliação é apresentada pela advogada Gladys Pacheco, que representa 20 vítimas — 16 mulheres, dois homens e duas crianças. 

A influenciadora é acusada de tráfico de pessoas, charlatanismo, extorsão religiosa, estelionato religioso, calúnia, injúria, redução à condição análoga à escravidão e favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual. 

“Ela pregava doutrinas, ensinamentos, ideologias e acreditava ser um mecanismo de comunicação de uma entidade que ela denominava de “a voz””, afirmou a advogada. Segundo Gladys, Kat Torres afirmava que “essa “voz” — entidade com quem dizia se comunicar — poderia prever o futuro”.

A partir disso Kat manipulava as clientes, dizendo ser capaz de indicar os melhores caminhos, podendo, inclusive, alterar acontecimentos predestinados mediante consultas e rituais. Quem fosse contra o que dizia Kat Torres, era exposto nas redes sociais, com “imputação de fatos inverídicos e difamatórios”, acrescentou a advogada. 

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Ministério Público Federal (MPF) colhe depoimentos de vítimas de forma sigilosa. “Qualquer pessoa que tenha sofrido danos pelas condutas da ex-modelo, já amplamente noticiadas na imprensa, pode procurar o MPF para formalizar seu relato, com a garantia de preservação de sua identidade e sem necessidade de comparecer a uma unidade da instituição”, informa a instituição. 

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