Detentos produzem mais de 200 mil peças por mês no Vale da Eletrônica

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Os detentos do Presídio de Santa Rita do Sapucaí trabalham em empresas e instituições da cidade.

A iniciativa de ressocializar os detentos em empresas e instituições de Santa Rita do Sapucaí partiu do diretor-geral do presídio, Gilson Rafael Silva, que há nove anos assumiu a gestão e transformou a unidade prisional.

“Quando cheguei aqui, o presídio estava com a estrutura bastante debilitada, mas, aos poucos e com muita ajuda conseguimos melhorar a construção. Depois eu procurei a Associação Comercial da cidade e mostrei a disponibilidade dos presos para o trabalho”.

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Nas instalações das empresas de eletroeletrônica parceiras são produzidas 212 mil peças mensalmente, como kits de alarmes, telefones, controles remotos, bobinas, carreteis, núcleos de cerca elétrica e suportes de câmera de monitoramento e sensor de presença.

Uma das empresas é Intelbrás, que está na unidade prisional desde 2014 e em dezembro passado inaugurou dentro do presídio um galpão de 600m2. O número de presos contratados subiu de 27 para 43, e a intenção dos empresários é que o número chegue a 70 presos trabalhando.

As outras empresas são a Deleon e a Indusul, ambas de eletroeletrônica. Na Indusul, são cinco presos trabalhando e a produção mensal é 12 mil carreteis, 20 mil núcleos de cerca elétrica e a montagem de 10 mil bobinas. Já na Deleon, dois detentos trabalham montando suporte de câmera de monitoramento e sensor de presença.

Além da parceria com as empresas privadas, outros 12 presos trabalham na manutenção e limpeza da unidade prisional, oito pedalando e gerando energia para a avenida Beira Rio, conhecido endereço da cidade. Dois outros presos estão empregados no Hospital Antônio Moreira da Costa, trabalhando em serviços gerais e em tecnologia da informação.

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O preso Felipe Villela, de 33 anos, é um dos que trabalham no hospital. Antes disso, trabalhou na Intelbrás e fez o Enem no presídio quando ainda estava no regime fechado. Ele conseguiu uma boa nota e a aprovação na faculdade, com direito à bolsa. Felipe, que já está em prisão domiciliar e com a carteira assinada pela instituição de saúde, vai sair do presídio com o emprego garantido.

“Assim que atingi o semiaberto, fui para a prisão domiciliar. E por indicação do promotor público, com apoio dos diretores do presídio e da minha família, consegui uma oportunidade de prestar serviços na área de informática para o hospital. Após seis meses de prestação de serviço, foi oferecida a vaga de coordenador de Tecnologia e Informação. Setor que hoje coordeno e atuo atualmente em regime CLT. Foi uma alegria imensa e uma sensação de volta por cima. Uma oportunidade única e inigualável de retomar a carreira profissional. Para o futuro, quero dar continuidade no trabalho que estou fazendo e nos estudos e, cada vez mais, aprimorar meus conhecimentos”; conta, satisfeito, Felipe.

Para o diretor-geral do Presídio, promover o trabalho dos presos é um método eficaz no processo de ressocialização. “Notadamente o trabalho e o estudo geram remição de pena, o que diminuiu consideravelmente o tempo de permanência do preso no cárcere. Proporcionar o trabalho ao apenado, além dos benefícios cria um ambiente carcerário mais disciplinado e tranquilo. Podemos destacar também que por meio do trabalho o apenado aprende um ofício e qualifica-se para o mercado. Com o salário que recebe,  pode contribuir com sua família e, sobretudo, conquistar  dignidade”, conclui o diretor.

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