Vale começa a operar com caminhões sem motorista em MG

Com a adoção de veículos autônomos, empresa conseguiu aumentar em 26% o volume de minério de ferro transportado em mina de Brucutu.

Recentemente, a Vale começou a ver os resultados de um seus principais projetos de inovação. Ao implementar a utilização dos caminhões sem motoristas, guiados à distância, a companhia conseguiu aumentar em 26% o volume de minério transportado na mina de Brucutu, em Minas Gerais, a primeira a funcionar de forma autônoma.

De acordo com o diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos da mineradora, Lucio Cavalli, a iniciativa teve um investimento de US$ 62 milhões e seis anos de pesquisas e testes, incluindo o desenvolvimento de sistemas em conjunto com a americana Caterpillar, fabricante dos caminhões.

Segundo a empresa, a tecnologia identifica mudanças e obstáculos no trajeto e paralisa os equipamentos até que o caminho volte a ser liberado. O sistema de segurança tambem é capaz de detectar desde grandes rochas até seres humanos que estejam no entorno das vias.

O projeto busca atender clientes que pagam mais por produtos de melhor qualidade e estão mais atentos ao impacto das operações das mineradoras, já que a tecnologia possibilita a economia no consumo de combustível e um menor desgaste de pneus, além da redução na emissão de gás carbônico. Cavalli afirma que os ganhos gerais permitem um aumento de 15% da vida útil dos equipamentos, reduzindo também investimentos em novas aquisições.

Diantes dos resultados positivos, agora a companhia se prepara para expandir o projeto. Até o fim de 2019, além dos sete caminhões já em operação na minas de Brucutu, chegarão outros seis. Para operar os equipamentos, a companhia conta com o apoio de antigos colaboradores, que passaram a trabalhar remotamente com os novos veículos.

A operadora de equipamentos, Rogéria Carneiro, afirma  que conhecer o trabalho em campo ajuda. “A gente sabe as manobras que precisam e podem ser feitas”. Atualmente, ela passou por um treinamento e foi alocada na área responsável por projetar o traçado das vias onde os caminhões circulam. Em seguida, as informações são levantadas por sensores instalados nos veículos e enviadas para os computadores, nos quais a técnica faz os ajustes no desenho das estradas.

Sobre a expansão para outras minas, a empresa afirma que a decisão de adotar a tecnologia em outra áreas está sendo avaliada caso a caso. Como demanda um investimento alto, minas com baixo volume de produção devem continuar a utilizar o sistema tradicional.

Economia em gastos

Segundo informações divulgadas pela companhia, cada um dos caminhões tem mais de 13 metros de comprimento e 240 toneladas de capacidade. Para se movimentarem sozinhos entre a frente de lavra e a área, são controlados por um sistema que conjuga GPS, radar e inteligência artificial.

A Vale afirma que a quantidade de carga movimentada passou de 853 para 866 toneladas/hora, com a velocidade média dos caminhões saltando de 22,9 para 23,9 km/h. Além disso, estima-se que até o fim da implantação do projeto, o consumo de combustíveis e os custos de manutenção devem diminuir 10%. Já o desgaste do pneu deve ser 25% menor.

Fonte: Simi | Estadão


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