Voluntários da pesquisa com Diabetes Méllitus tipo II que participaram do estudo apresentaram melhorias.
Incluir uma rotina de exercícios aquáticos pode aumentar a capacidade funcional e reduzir a atividade elétrica cerebral de pacientes com diabetes mellitus tipo II. É o que aponta uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (PPGCR) da UNIFAL-MG.
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Estudo é fruto da dissertação desenvolvida por Guilherme Gonçalves, sob a orientação da professora Andréia Terra, junto ao mestrado em Ciências da Reabilitação. (Fotos: Arquivo Pessoal)
O estudo é fruto da dissertação intitulada “Efeito do programa de exercício aquático sobre as variáveis eletroencefálicas em indivíduos com diabetes tipo 2″, desenvolvida por Guilherme Cândido Viana Gonçalves, sob a orientação da professora Andréia Maria Silva Vilela Terra (Instituto de Ciências da Motricidade).
A pesquisa gerou a publicação do artigo “Aquatic Exercise on Brain Activity in Type 2 Diabetic: Randomized Clinical Trial” assinado pelos egressos Guilherme Cândido Viana Gonçalves, Ruanito Calixto Júnior e Miqueline Pivoto Farias Dias, e pelas professoras Andréia Maria Silva Vilela Terra, Adriana Teresa Silva Santos, Denise Hollanda Iunes, Érika de Cassia Lopes Chaves, Lígia de Sousa Marino, Juliana Bassalobre Carvalho Borges. Confira aqui.
Conforme dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, cerca de 90% de pessoas diagnosticadas com diabetes no Brasil apresentam diabetes mellitus tipo. Esse tipo de diabetes ocorre quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz, ficando resistente à sua ação, ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia. Aspectos genéticos e ambientais são apontados como causa.
Na busca por contribuir no controle na doença crônica, os pesquisadores têm investigado os benefícios dos exercícios físicos aeróbicos a fim de aumentar a eficácia da absorção de glicose pelo músculo e a ação da insulina. Esse é o caso da pesquisa desenvolvida na Universidade caracterizada por um ensaio clínico controlado e randomizado.
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Para avaliar o efeito de um protocolo de exercício físico aquático sobre a atividade eletroencefalográfica em indivíduos com diabetes tipo 2, bem como analisar os níveis de glicose no sangue e a capacidade funcional desses pacientes, foram recrutados voluntários com idades entre 40 e 70 anos.
“O trabalho foi desenvolvido com 40 voluntários com diagnóstico de diabetes mellitus, com idade variando 40 a 70 anos, divididos em dois grupos, um grupo tratado e um grupo não tratado”, explica a professora Andréia Terra. Conforme ela, o grupo foi submetido ao programa de exercícios aquáticos três vezes por semana, durante cinco semanas. O grupo não tratado recebeu palestra informativa sobre a doença e a importância de fazer exercícios.
Pacientes que participaram dos exercícios aquáticos apresentaram aumento da capacidade funcional e redução na atividade elétrica cerebral. (Foto: Arquivo/Guilherme Gonçalves)
O protocolo de treinamento aplicado envolveu o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), teste de caminhada de seis minutos (6MWT), medidas antropométricas, avaliação de níveis de glicose no sangue, e da atividade eletroencefalográfica (EEG) utilizando o equipamento headset Emotiv EPOC®.
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De fácil utilização e não invasivo, o sistema de avaliação da atividade cerebral é composto por 16 sensores, os quais são posicionados em determinadas áreas cerebrais. Tal instrumento grava a atividade cerebral e a transmite via wireless à unidade receptora ligada ao computador.
“Os principais resultados foram aumento na capacidade funcional após o protocolo de exercício e redução na atividade elétrica no canal AF3 [sistema do headset] e não houve correlação entre atividade elétrica e glicemia capilar sanguínea”, revela a professora Andréia Terra. Segundo ela, o exercício aquático pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a capacidade funcional e influenciar a atividade cerebral em indivíduos com diabetes tipo 2.
A pesquisa foi realizada entre 2017 e 2019 e recebeu apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para desenvolvimento.
Para mais informações, o artigo completo pode ser acessado aqui.
Fonte: Unifal-MG
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